segunda-feira, 2 de novembro de 2009

A importância da confiança e o poder da influência

Extraído do livro "O motorista e o milionário" (p. 34 e seguintes), um livro voltado ao tema da educação financeira através da teoria dos bombons:



"- Há muitos anos, tive o prazer de conhecer Arun Gandhi, neto do grande Mahatma Gandhi.

- Aí está uma pessoa que certamente não devorava os bombons - brincou o motorista. - Com freqüência, ele não comia nada, como forma de protesto, para tentar alcançar seus objetivos.

- Você está certo, Arthur. E Mahatma Gandhi era bem modesto a respeito de suas conquistas pacíficas. Sabe o que ele disse certa vez sobre o segredo do sucesso?

- Não, mas o senhor vai me contar, não é?

- Se me lembro bem das palavras, foi algo assim: "asseguro a vocês que não sou mais que um homem comum, com habilidades abaixo da média. Estou absolutamente convencido de que qualquer homem ou mulher pode realizar o que realizei, se fizer o mesmo esforço e cultivar a mesma esperança e fé".

- Esforço e fé. O senhor acredita nisso?

- Acredito, sim. São caminhos mais longos para o sucesso, porém mais promissores e com maiores recompensas.

- Bombons gigantes! Então, o que aconteceu quando o senhor conheceu o neto de Gandhi?

- Ele tinha um respeito enorme por Mahatma, é claro. Seu pai o mandou passar uma temporada com o avô dos 12 aos 13 anos e meio.

- Minha mãe teria adorado poder me mandar para qualquer lugar quando eu tinha essa idade.

- É... tenho certeza de que meu pai também teria adorado [...] Entretanto, Arun atribui ao próprio pai a lição mais importante que aprendeu na vida, aos 18 anos.

Jonathan fez uma pausa e Arthur olhou para ele pelo retrovisor, ansioso para ouvir o restante da história.

- Arun me contou que certa vez seu pai lhe pediu que o levasse até uma reunião, depois colocasse o carro na oficina e esperasse o conserto ficar pronto para ir buscá-lo no escritório às cinco horas da tarde, no máximo. O pai de Arun disse que vinha trabalhando muito e frisou que, naquele dia, gostaria de sair às cinco em ponto. Arun prometeu ao pai que estaria lá no horário combinado. Ele levou o carro para a oficina e ficou aguardando. Por volta das 13h30, quando ia sair para comer alguma coisa, o mecânico lhe devolveu as chaves, dizendo que tinha acabado o serviço.

- Humm, aposto que isso não vai dar certo. Um rapaz sozinho com um carro durante tantas horas... - disse Arthur.

- Você tem toda razão. Arun resolveu dar uma volta de carro para matar o tempo, parou para fazer um lanche e decidiu ir ao cinema. Acabou se distraindo com o filme e não se lembrou de olhar para o relógio até que a sessão terminou, às 17h30. Correu para o estacionamento e dirigiu o mais rápido que pôde até o escritório. Sozinho e de pé, o pai esperava pelo filho na frente do prédio. Arun pulou do carro e pediu desculpas pelo atraso. O pai perguntou: "filho, o que aconteceu com você? Fiquei muito preocupado. O que aconteceu?" Arun respondeu: "foram aqueles estúpidos mecânicos, pai. Não conseguiram descobrir o que havia de errado com o carro e só terminaram o conserto ainda há pouco. Vim assim que pude".

- E qual foi a reação do pai? - Arthur quis saber.

- Ele ficou calado. Não contou ao filho que tinha telefonado para a oficina, sendo informado de que o carro estava pronto desde o início da tarde. Sabia que o filho havia mentido. Que atitude você acha que o pai tomou?

- Deu uma tremenda bronca no garoto?

- Não. Eu também pensei que ele tivesse feito isso, mas estava errado.

- Colocou o filho de castigo por uma semana e o proibiu de usar o carro?

- Não.

- Proibiu-o de ver a namorada, ou mesmo de conversar com ela por telefone, durante um mês?

- Não.

- O.k., desisto. O que foi que ele fez?

- O pai entregou as chaves do carro para Arun e lhe disse: "Filho, vá para casa de carro. Eu vou a pé".

- O quê?

- Arun ficou tão espantado quanto você e fez essa mesma pergunta ao pai. Afinal, do escritório até a casa deles, era uma caminhada de 15 quilômetros! Agora, escute só a resposta do pai: "Filho, se em 18 anos não consegui conquistar sua confiança, devo ser um pai muito ruim. Preciso caminhar para pensar sobre o que fazer para me tornar um pai melhor. Peço desculpas por ter falhado".

- Sério? E o pai foi realmente caminhando até em casa? Ou só fez uma cena para deixar o garoto com sentimento de culpa?

- O pai começou a andar. Arun entrou no carro, ligou o motor e foi dirigindo ao lado dele, implorando para que entrasse no carro. O pai não aceitou a oferta e continuou caminhando: "não, filho. Vá para casa, vá para casa". Arun foi dirigindo devagar, ao lado do pai, por todo o caminho, pedindo, implorando para que entrasse no carro. O pai continuou recusando a carona. Cerca de cinco horas depois, às 23h, os dois chegaram em casa.

- Impressionante! E o que aconteceu então?

- Nada, o pai entrou em casa e foi para a cama. Depois de ouvir essa história, perguntei ao Arun o que ele havia aprendido com essa experiência e ele me deu a seguinte resposta: "desde aquele dia, nunca mais menti para ninguém".

- Incrível, Sr. Patient.

- É mesmo, Arthur. Eu aprendi muitas lições com essa história.

- O que o senhor aprendeu?

- Antes eu gostaria de saber o que você aprendeu. Você acha que essa história tem alguma relação com a teoria do bombom?

O motorista ficou calado por vários minutos, o que era muito raro. Estavam quase chegando ao destino quando ele disse:

- A saída mais fácil para o problema teria sido gritar, ameaçar e bater, ou seja, castigar o rapaz. Se eu fosse o pai, isso teria me parecido a melhor coisa a fazer naquela hora. E me traria uma gratificação imediata. Contudo, pensando na educação do garoto, essa atitude equivaleria a comer o bombom. O pai dando uma bronca, o filho se arrependendo... depois de algum tempo, nenhum dos dois se lembraria mais do incidente. Sinceramente, o filho poderia ter feito coisas piores. Se o pai tivesse dado uma surra nele por ter chegado atrasado e mentido, o menino se sentiria punido. Talvez ficasse arrependido, ressentido ou amedrontado, mas o episódio acabaria sendo considerado uma dessas "bobagens de adolescente". Mas, como o pai adiou sua gratificação - não entendo como ele teve tanto autocontrole -, exerceu uma imensa influência sobre o filho. Deu-lhe uma lição para o resto da vida. É isso?

- Sim, Arthur, concordo com você. A história põe em evidência dois aspectos importante: o tamanho da força de vontade que a gente precisa ter para não comer o bombom de imediato e, ao mesmo tempo, a extensão do impacto que produzimos se conseguimos não cair em tentação, e sim focalizar nas recompensas a longo prazo.

- Que outras lições o senhor aprendeu?

- Que não temos condições de controlar os outros nem a maioria dos acontecimentos, mas podemos controlar nossas atitudes. E nossa reação diante das circunstâncias pode produzir um impacto colossal na forma como as outras pessoas se comportam. Nossa atitude diante de um problema, ou como reagimos a ele, é mais importante do que o incidente propriamente dito. Quando damos um bom exemplo, passamos a ter um tremendo poder de influência: o poder de persuasão - sem dúvida, a mais poderosa ferramenta para o sucesso.

- Como assim?

- Mais cedo ou mais tarde, todas as pessoas bem-sucedidas entendem um princípio fundamental: para conseguir o que desejam, precisam fazer com que os outros tenham vontade de ajudá-las. Existem apenas seis maneiras de garantir que as pessoas se disponham a fazer determinada coisa: por força de lei, por causa de dinheiro, pelo uso de força física, por pressão emocional, seduzidas pela beleza física ou por meio de persuasão. Dentre todas elas, a persuasão é a que tem mais força. Ela eleva você a um patamar superior. O pai de Arun Ghandi persuadiu o filho a ser sincero pelo resto da vida.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Pensamento do dia:

"Tudo o que eu digo, acreditem,
Teria mais solidez
Se em vez de carioquinha
Eu fosse um velho chinês."

Millôr Fernandes

terça-feira, 8 de setembro de 2009

As três Peneiras

Um rapaz procurou Sócrates e disse-lhe que precisava contar-lhe algo sobre alguém.

Sócrates ergueu os olhos do livro que estava lendo e perguntou:

- O que você vai me contar já passou pelas três peneiras?

- Três peneiras? - indagou o rapaz.

- Sim ! A primeira peneira é a VERDADE. O que você quer me contar dos outros é um fato? Caso tenha ouvido falar, a coisa deve morrer aqui mesmo. Suponhamos que seja verdade. Deve, então, passar pela segunda peneira: a BONDADE. O que você vai contar é uma coisa boa? Ajuda a construir ou destruir o caminho, a fama do próximo? Se o que você quer contar é verdade e é coisa boa, deverá passar ainda pela terceira peneira: a NECESSIDADE. Convém contar? Resolve alguma coisa? Ajuda a comunidade? Pode melhorar o planeta?

Arremata Sócrates:

- Se passou pelas três peneiras, conte !!! Tanto eu, como você e seu irmão iremos nos beneficiar.
Caso contrário, esqueça e enterre tudo. Será uma fofoca a menos para envenenar o ambiente e fomentar a discórdia entre irmãos, colegas do planeta.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Os Donos do Futuro - Roberto Shinyashiki

Certa vez, duas moscas caíram num copo de leite...
A primeira era forte e valente. Assim, logo ao cair, nadou até a borda do copo. Como a superfície era muito lisa e suas asas estavam molhadas, não conseguiu escapar. Acreditando que não havia saída, a mosca desanimou, parou de se debater e afundou.
Sua companheira de infortúnio, apesar de não ser tão forte, era tenaz e, por isso, continuou a se debater e a lutar. Aos poucos com tanta agitação, o leite ao seu redor formou um pequeno nódulo de manteiga no qual ela subiu.
Dali, conseguiu levantar vôo e sair do copo.

Tempos depois, a mosca tenaz, por descuido, novamente caiu num copo, desta vez cheio de água. Como pensou que já conhecia a solução daquele problema, começou a se debater na esperança de que, no devido tempo, se salvasse.

Outra mosca, passando por ali e vendo a aflição da companheira de espécie, pousou na beira do copo e gritou:
"Tem um canudo ali, nade até lá e suba".

A mosca tenaz respondeu:
"Pode deixar que eu sei como resolver este problema."
E continuou a se debater mais e mais até que, exausta, afundou na água.
Soluções do passado, em contextos diferentes, podem transformar-se em problemas.
Se a situação se modificou, dê um jeito de mudar.
Quantos de nós, baseados em experiências anteriores, deixamos de observar as mudanças ao redor e ficamos lutando inutilmente até afundar em nossa própria falta de visão!

Criamos uma confiança equivocada e perdemos a oportunidade de repensar nossas experiências. Ficamos presos a velhos hábitos que nos levaram ao sucesso e perdemos a oportunidade de evoluir.

É por isso que os japoneses dizem que na garupa do sucesso vem sempre o fracasso. Os dois estão tão próximos que a arrogância pelo sucesso pode levar à displicência que conduz ao fracasso.

Os donos do futuro sabem reconhecer essas transformações e fazer as mudanças necessárias para acompanhar a nova situação.

(De: Os Donos do Futuro-Roberto Shinyashiki)

“Se a única ferramenta que você conhece é o martelo, todo problema que aparece você pensa que é prego.”
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